Empreender é uma jornada repleta de desafios e oportunidades, mas também de medos que podem nos paralisar. Se você já se sentiu inseguro ou ansioso em relação à sua trajetória como empreendedor, saiba que não está sozinho. Eu mesma senti e sigo sentindo esses medos, mas o que percebo mentorando empreendedores e me automentorando é que quando conseguimos identificá-los, fica muito mais leve encontrar ferramentas e estratégias para ressignificá-los e seguir em frente com assertividade.
Recentemente dei a palestra “Empreendedores que curam: a coragem para alcançar o sucesso mora logo após o medo” na Feira de Empreendedorismo do Sebrae em Curitiba e o sucesso foi tão grande que os participantes pediram mais conteúdos nessa linha para aprofundar sobre suas crenças limitantes e exemplos positivos que pudessem inspirá-los em sua jornada.
Portanto, neste artigo, vou explorar os 9 principais medos que podem limitar nosso sucesso, acompanhados de exemplos de pessoas de sucesso que enfrentaram esses desafios.
“O que nos diferencia dos grandes empreendedores(as) é o aprimoramento da nossa visão, a escala dos nossos produtos, serviços e os recursos que temos para crescer exponencialmente”.
1. Medo do Fracasso
O medo do fracasso é um dos mais comuns entre empreendedores. A ideia de investir tempo, dinheiro e energia em um projeto que pode não dar certo é digamos, assustadora. J.K. Rowling, autora da série Harry Potter, enfrentou várias rejeições em relação a sua escrita e temática de livros. Isso sem nem mencionar as sérias dificuldades financeiras antes de se tornar um sucesso mundial. Ela transformou suas experiências de fracasso em uma fonte de motivação e aprendizado. JK Rowling me inspirou na minha própria jornada como autora do livro “Líderes que Curam”. Eu mesma publiquei dois livros antes em diferentes modalidades para conhecer os modelos de negócios e levei muitos “nãos” antes de conseguir publicar com uma das maiores editoras do Brasil, a Buzz Editora .
2. Medo da Rejeição
A rejeição pode vir de várias fontes: clientes, investidores, parceiros. Esse medo pode nos levar a hesitar na hora de apresentar uma ideia ou pitch. Oprah Winfrey foi demitida de seu primeiro trabalho em televisão, mas não deixou que isso a paralisasse. Ela usou as experiências de rejeição como combustível para construir uma carreira de sucesso, se tornando uma das figuras mais influentes da mídia. Já tive um cliente que não compreendeu a profundidade do meu trabalho e a transformação que ofereço para que líderes se autoconheçam e sejam mais humanizados, esse CEO não se comprometeu com o processo e tive que demiti-lo.
3. Medo da Incerteza
O mundo dos negócios é volátil e imprevisível. O medo da incerteza pode nos deixar paralisados, impedindo-nos de tomar decisões importantes. Howard Schultz, ex-CEO da Starbucks , enfrentou incertezas significativas ao expandir o negócio. Em vez de temer o desconhecido, ele abraçou a incerteza e transformou a Starbucks em uma das maiores cadeias de café do mundo. O mundo está mudando muito rápido, as pessoas e os hábitos de consumo também, portanto analisar o mercado com muita estratégia e aprofundamento é essencial para saber onde investir para que o modelo de negócios seja escalável. O que funcionava antes, já não funciona mais.
4. Medo da Competição
A concorrência é uma realidade em qualquer mercado. O medo de não conseguir se destacar pode ser intimidante. Elon Musk, fundador da Tesla e SpaceX , sempre enfrentou concorrentes em setores desafiadores. Ele vê a concorrência como uma motivação para inovar, constantemente buscando maneiras de se diferenciar e liderar o mercado. Fazer benchmark é crucial para compreender quais são as nossas fortalezas como negócio. O que oferecemos como diferencial que ninguém oferece? Testar e validar hipóteses me ajudou muito a entender qual é o meu ICP (cliente ideal).
5. Falta de Conhecimento Técnico
Sentir-se despreparado em áreas técnicas, como finanças ou marketing, é um medo comum entre empreendedores. Richard Branson, fundador do Virgin Groups , admitiu que não tinha conhecimento técnico em várias áreas quando começou. No entanto, ele sempre buscou aprender e cercar-se de especialistas, mostrando que a busca por conhecimento é essencial. Esse ponto é muito importante, pois o empreendedor tem a tendência de querer saber tudo sobre todas as áreas, mas a grande verdade é que não somos perfeitos e aceitar essa imperfeição é parte do processo de evolução. Portanto, contrate pessoas e especialistas que podem ajudar nessas áreas ao invés de querer dominar tudo.
6. Foco no Operacional vs. Estratégico
Muitos empreendedores acreditam que focar nas tarefas operacionais garantirá melhores resultados. No entanto, negligenciar o planejamento estratégico pode ser prejudicial a longo prazo. Jeff Bezos, fundador da Amazon , sempre enfatizou a importância do equilíbrio entre a operação diária e a visão estratégica, levando a empresa a se tornar um gigante do e-commerce. Esse talvez seja o erro mais comum que vejo nos empreendedores. Talvez 9 em cada 10 cometam esse erro, por esse motivo é muito importante dedicar tempo e rituais para planejar, metrificar, processualizar, rever jornada de cliente e fortalecer o que está sendo entregue para os clientes, pois isso é dedicar tempo para o estratégico e é onde você vai ter insights mais estratégicos e que vão potencializar o seu negócio.
7. Síndrome do Impostor
A síndrome do impostor é um fenômeno psicológico em que indivíduos duvidam de suas conquistas e temem serem expostos como fraudes. Maya Angelou, renomada escritora e ativista, confessou que sentia que não merecia seu sucesso e que em algum momento seria desmascarada. Reconhecer suas próprias realizações e valorizar seu conhecimento é fundamental para superar essa barreira. Agradecer as pequenas conquistas e aprendizados é uma jornada muito importante para nos vermos como empreendedores que curam.
8. Avaliação de Situações
Tomar decisões informadas é essencial no empreendedorismo, mas o medo de não avaliar corretamente uma situação pode levar à procrastinação. Indra Nooyi, ex-CEO da PepsiCo , sempre destacou a importância de avaliar cuidadosamente as consequências de suas decisões. Ela buscou feedback e informações antes de agir, o que a ajudou a tomar decisões estratégicas eficazes. Esse ponto é muito importante, pois quando estamos dentro do negócio temos apego emocional e isso pode obscurecer alguns fatos importantes que precisam ser analisados. Quando pedimos opiniões de fora, podemos obter pontos de vista mais neutros e isso pode ajudar a avaliar situações de maneira mais racional e tomar decisões mais estratégicas também.
9. Saber como se Posicionar
Finalmente, o medo de não saber como se posicionar em negociações ou discussões pode ser um grande obstáculo. Sheryl Sandberg, COO do Facebook, enfrentou desafios ao se afirmar em um ambiente dominado por homens. Trabalhar a comunicação assertiva e a autoconfiança são habilidades que ela desenvolveu e promoveu, mostrando que é possível se posicionar de forma eficaz.
Os medos são parte da jornada empreendedora, mas não precisam nos definir. Ao reconhecê-los e trabalhar para superá-los, podemos nos tornar empreendedores mais resilientes e bem-sucedidos. Todas as pessoas de sucesso tiveram medo em pontos cruciais de transformação, mas ao invés de ver o medo como veneno, o utilizaram como cura.
Que tal refletir sobre seus próprios medos e transformá-los em trampolins para o sucesso? Empreendedores que curam não apenas superam seus desafios, mas também inspiram outros a fazer o mesmo. Vamos juntos nessa jornada!
Antonella Satyro CEO & Founder Líderes que Curam
Ex-Gerente de pessoas em TI em Multinacional de Petróleo e Gás I Mentora de Líderes & CEOs I Advisor de skills do futuro I Consultora I Palestrante Internacional I Linkedin Top Voice I Tedx Speaker