Lifelong learning, ou aprendizagem continuada ou aprendizagem ao longo da vida, tem sido muito falada nas redes sociais e nas organizações. A disseminação dessa prática ganha força diante das intensas e velozes mudanças nas tecnologias, nas formas de trabalhar, na composição da população – fruto da longevidade e da queda da natalidade – enfim, todas as mudanças que temos passado e que nos demandam outras habilidades e conhecimentos.
Em um mundo em constante evolução, a capacidade de aprender ao longo da vida tornou-se não apenas uma habilidade valiosa, mas uma necessidade. E a pergunta de hoje é como você tem feito o design do seu aprendizado e como tem criado um ambiente e estrutura que facilite o aprendizado de seu time?
Líderes e gestores que abraçam a abordagem humanizada reconhecem a importância do aprendizado contínuo não apenas para suas equipes, mas também para si mesmos. Eles são catalisadores do processo de aprendizado, criando um ambiente onde os colaboradores se sentem apoiados e incentivados a buscar novos conhecimentos e habilidades.
Para refletir sobre este tema, vamos buscar inspiração em uma referência em educação. Em 1996, uma Comissão Internacional sobre Educação, presidida por Jacques Delors, apresentou à Unesco o relatório “Educação – um tesouro a descobrir”. Este é um relatório ainda atual e no qual podemos nos inspirar e refletir. Desde essa época já destacavam a importância da educação ao longo da vida, delineando quatro pilares do aprendizado que são fundamentais para moldar nossas jornadas de aprendizado contínuo: aprender a ser, aprender a conviver, aprender a fazer e aprender a conhecer. Esse relatório também nos aponta dois outros conceitos que nos ajudam no design de nossos processos de aprendizado: “o da sociedade educativa, onde tudo pode ser ocasião para aprender e desenvolver os próprios talentos.” e a “educação descompartimentada no tempo e no espaço torna-se, então, uma dimensão da própria vida.”
Cada um dos quatro pilares – conhecer, fazer, conviver, ser – nos oferece pistas valiosas para, como líderes humanizados, criar um ambiente, estrutura e cultura que favoreça o florescimento de cada indivíduo. Vejamos:
· Aprender a conhecer ou aprender a aprender é desenvolvermos a capacidade de compreender o mundo que nos cerca, e ter prazer em compreender, conhecer, descobrir. A busca do conhecimento é uma jornada que nunca termina. Aprender a conhecer envolve a exploração constante do desconhecido, a busca por respostas e a curiosidade contínua. Quando você percebeu que o conhecimento não tem limites? Foi o início da sua jornada em direção ao lifelong learning.
· Aprender a conhecer e aprender a fazer são, em larga medida, indissociáveis, estando a segunda aprendizagem mais ligada à questão de como pôr em prática os seus conhecimentos. Somos aqui constantemente desafiados a colocar em prática os aprendizados. A ação é a chave para a aprendizagem eficaz. Aprender fazendo, experimentando e resolvendo desafios práticos é como conquistamos habilidades tangíveis. Reflita sobre o momento em que você se lançou em um projeto desafiador e adquiriu novas habilidades no processo. Aprender a fazer é a essência da aquisição prática de conhecimento.
· Aprender a ser está relacionado ao “desenvolvimento total da pessoa — espírito e corpo, inteligência, sensibilidade, sentido estético, responsabilidade pessoal, espiritualidade”, e à sua capacidade de “poder decidir, por si mesmo, como agir nas diferentes circunstâncias da vida.” Aprender a ser vai além do desenvolvimento de habilidades técnicas; trata-se de desenvolver nossa identidade e compreensão de nós mesmos. É uma jornada interna de autodescoberta que nos permite alcançar nosso potencial máximo. Quando foi que você percebeu que podia ser mais do que imaginava?
· Aprender a conviver, ou aprender a viver juntos, a viver com os outros, é um pilar que destaca a importância das relações para a construção de um mundo melhor, e aponta duas vias complementares que podemos utilizar para esse aprendizado: “Num primeiro nível, a descoberta progressiva do outro. Num segundo nível, e ao longo de toda a vida, a participação em projetos comuns, que parece ser um método eficaz para evitar ou resolver conflitos latentes.” A descoberta do outro, esse aprendizado sobre a diversidade da espécie humana e a interdependência entre todos nós, passa pelo aprendizado sobre si mesmo e pelo desenvolvimento da empatia. Já o trabalho em conjunto, os projetos comuns, ajudam a trabalhar as diferenças, os conflitos interindividuais, criam identificações e valorização do que é comum. Em um mundo interconectado, a habilidade de aprender a conviver é essencial. Aprender a colaborar, compreender diferentes perspectivas e construir relacionamentos significativos é parte integrante do aprendizado ao longo da vida. Pense em um momento em que suas interações com os outros o enriqueceram e expandiram sua visão de mundo
O que, em seu contexto, facilita o aprendizado em cada uma dessas dimensões? E o que dificulta? Por exemplo, você cria/busca condições – processos, políticas, estrutura, recursos… – para você e sua equipe: aprenderem com os erros e acertos; pesquisarem juntos novos conhecimentos; aplicarem e experimentarem seus aprendizados; e, claro, cria condições alinhadas à aplicação dos treinamentos “formais” oferecidos ao time?
Um líder humanizado não apenas valoriza a aprendizagem, mas também a facilita. Uma forma de realizar isso é promover uma cultura de abertura, onde os erros são vistos como oportunidades de aprendizado, e a criatividade é estimulada. Estes líderes também se envolvem ativamente no desenvolvimento de suas equipes, identificando oportunidades de crescimento e oferecendo suporte, recursos e mentoria.
A capacidade de aprender ao longo da vida não apenas nos capacita a enfrentar os desafios, mas também enriquece nossas vidas e nos permite crescer como indivíduos. A liderança humanizada e o lifelong learning estão entrelaçados. Os líderes que abraçam essa abordagem não apenas capacitam suas equipes a aprender continuamente, mas também demonstram o compromisso de aprenderem e crescerem junto com elas.
Iêda Lima Pereira, Founder da connectivaLab, Designer de Conexões, Facilitadora e Arquiteta de Aprendizagem, Embaixadora do Human Skills Manifesto
A Human Skills Manifesto é uma Edtech que capacita pessoas e líderes a alcançarem seu potencial máximo como agentes de mudança para a Nova Era. Acreditamos que através da autoconsciência, gestão emocional e desenvolvimento de pessoas geramos a base para um mundo melhor. Com diagnóstico personalizado, nossa EdTech oferece palestras, treinamentos, workshops e mentorias, acelerando a jornada de pessoas, líderes, professores e inovadores desenvolvendo habilidades excepcionais.
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