E quem acredita nisso, ou acreditou? E você? Já se percebeu julgando pela aparência, que apesar da importância, concentra sua relevância na superficialidade? No mundo corporativo, já se surpreendeu em pensamentos do tipo – “esse velho (a) precisa desocupar o posto”?, ou do tipo – “essa criança precisa sair das fraldas”?
E então, por onde vamos? Claro que vamos ao preconceito. E, aqui, especificamente abordar o etarismo, idadismo, ageísmo e velhofobia (que inclui o indivíduo que tem pânico por envelhecer, e também aquele que tem aversão por idosos), sinônimos, ou quase isso, do preconceito. E é claro que os jovens estão insertos nesse alvo. A diferença é que eles têm toda uma vida pela frente, em tese. Mas, e se não se concretizar a tese? Onde é o espaço de cada indivíduo sob o ponto de vista do interesse alheio?
Os rótulos continuam dominando o mundo? As peculiaridades destacadas pelo preconceito têm pertinência, ou pessoas continuam sendo vitimizadas ou rotuladas por irrelevâncias projetadas pela falta de conhecimento, ou de humanidade? O que você pensa sobre isso?
Quando o objetivo é uma vaga de emprego, por exemplo, em quê, exatamente, qualquer diferença poderá obstaculizar a contratação? A meu ver, os critérios de admissibilidade são intrínsecos às exigências do cargo e os candidatos devem ser selecionados com base nas compatibilidades que apresentem em relação às tais exigências. Caso haja necessidade de qualquer seletividade específica, seja em razão da função, seja por qualquer outro fator determinante, então será compreensível que a exigência a determine – única exceção possível. E sim, há casos em que há necessidade de opor restrições. É mais coerente, por exemplo, contratar um profissional de limpeza do sexo masculino que deva estar responsável por limpeza de sanitários masculinos em tempo integral, pelo óbvio – há diferenças e contra elas não se opõe resistência sem fundamentos muito fortes, que não podem ser pensados de modo unilateral, sob pena de ser desconsiderada a tão pretendida equidade. O direito de quem pretende e o direito de quem detém estão separados por uma sutileza necessária.
E a idade? Concentra maturidade um indivíduo mais velho? Ou concentra mais experiências? Particularmente, acredito que as vivências do indivíduo são variáveis e totalmente relevantes, e tanto há jovens maduros e experientes, quanto velhos (não idosos) imaturos e inexperientes, e vice-versa e “versa-vice”. Não há como mensurar capacidade, conhecimento, e nem mesmo experiência em razão da idade. Para isso existem entrevistas, pesquisas em perfis e redes sociais, testes psicológicos, análises aprimoradas por recursos tecnológicos (IA) e…a contratação às cegas. E quem define os métodos é a empresa, portanto, a responsabilidade pela composição do fit cultural é da empresa.
Quanto aos candidatos, bom que adquiram consciência de sua importância no contexto e de que haverá sempre responsabilidade, já que inclusive quando nos predispomos a realizar favores é necessário que sejamos responsáveis, na medida em que assumimos o compromisso de realizá-los. Mentir, omitir e interpretar em entrevistas não sustenta uma relação empregatícia.
E se a empresa tem capacidade para administrar as divergências que poderão ser provocadas pela interação entre faixas etárias distintas, excelente, porque se administradas, situações- problemas se transformam em valores agregados. Universos diferentes, somados, criam completude, mas se a empresa não tiver maturidade organizacional para administrá-los, uma atitude mais conservadora, com critérios bastante objetivos para escolher o perfil que necessita, poderá ser mais adequada aos resultados. Ter essa consciência é ato de responsabilidade e de respeito com a equipe pré-constituída e com os futuros contratados. Nada pior aos “veteranos” e aos “mais velhos” do que o desrespeito e o demérito em relação às suas contribuições e ao espaço que conquistaram, e nada pior aos “novatos” e aos “mais novos” do que o desrespeito e a desconsideração quanto às suas competências e ao espaço que pretendem conquistar. Avaliar compatibilidades preserva o clima organizacional e a saúde mental no ambiente.
Em uma breve análise, quanto às questões mais pragmáticas, as diferenças entre as pessoas mais velhas e as pessoas mais jovens, para as empresas, representativamente, podem ser bastante relevantes do ponto de vista operacional e financeiro – as pessoas mais jovens, geralmente:
● Podem ser contratadas por salários menores do que as pessoas mais velhas;
● São mais ágeis, mais ousadas e mais dispostas;
● Estão mais engajadas com as tendências tecnológicas;
● Podem ser mais instáveis;
● Podem ser menos experientes;
● Podem ser menos comprometidas;
● Podem fidelizar-se menos;
● são mais irreverentes.
Mas é claro que não há regra. As pessoas são sempre caixinhas de surpresas. Avaliar probabilidades e contar com prevenção é sempre melhor do que sanar problemas decorrentes de riscos não calculados. Etarismo, inclusive, é crime com punibilidade prevista na Constituição Federal (art. 5º, XLI), no Estatuto do Idoso (art.96), combatido também pela Convenção Interamericana sobre os Direitos das Pessoas Idosas, da qual o Brasil é signatário, entre outros enquadramentos em razão do tipo de ato, embora a legislação não faça referência ao termo. Mais específica, em relação ao trabalho, a “Lei nº 10.741”:
“Art. 27. Na admissão da pessoa idosa em qualquer trabalho ou emprego, são vedadas a discriminação e a fixação de limite máximo de idade, inclusive para concursos, ressalvados os casos em que a natureza do cargo o exigir.”
E no mais, o que importa é tão somente gerar valor a partir da disponibilidade, o que não representa grandes desafios a quem consegue enxergar o horizonte além da névoa.
Cristiane Pompeu Figueiredo – Empreendedora e Embaixadora da Human Skills Manifesto.
A Human Skills Manifesto é uma Edtech que capacita pessoas e líderes a alcançarem seu potencial máximo como agentes de mudança para a Nova Era. Acreditamos que através da autoconsciência, gestão emocional e desenvolvimento de pessoas geramos a base para um mundo melhor. Com diagnóstico personalizado, nossa EdTech oferece palestras, treinamentos, workshops e mentorias, acelerando a jornada de pessoas, líderes, professores e inovadores desenvolvendo habilidades excepcionais.
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